Essas coisas, logo aí embaixo... Palavras ditadas por um Ghost Writer.

11 de set. de 2007

Por que meu vício é a música e o QotSA minha droga favorita. Eis aqui [mais uma!] resenha do disco “Era Vulgaris”.

Bom, acho que o título já deixa claro algumas de minhas preferências. E, já que sou um apreciador voraz da banda, tava na hora de escrever sobre o [agora – em setembro – nem tão] novo disco.

Esse fato – eu ser FÃ fervoroso desta que considero a melhor banda de “rokk” [termo islandês pra “rock”] – atrapalha, um pouco, minha explanação sobre qualquer coisa produzida pelas “Rainhas”.

Separar o fã doido do [cof, cof] “jornalista” [hahahahahaaha!! Cof, cof...], que tenta descrever as músicas não é tarefa muito fácil. Mas, na real, eu mando a “seriedade” e a “objetividade” jornalística às favas...

É muito melhor delinear uma coisa à luz das sensações que ela nos traz do que ficar aprisionado, simplesmente, a algumas sentenças “racionais”.

Falando propriamente do contexto [da banda] em que “Era” foi lançado, dá pra dizer que muitos apreciadores do “Queens...” tinham medo do que viria [falo com base nas discussões que acompanhei na comunidade brasileira do QotSA no Orkut, um exemplo de como esta ferramenta pode ser útil, se bem utilizada] nesse disquinho.

A volta do saudoso carequinha Nick Oliveri [eu sei que é errado e tal, mas ainda acho que “Olivieri” soa mais legal.] foi profetizada por alguns [diriam eles que estava “escrito nas estrelas”??!]... A participação de Julian Casablancas amaldiçoada aos quatro ventos por outros. A pergunta que deixava o pessoal apreensivo: “Qual o rumo que o QotSA vai tomar agora?!” . “Vai rumar “pros” lados do eletrônico?”, “Vai virar emo? Ou vai ir pra lambada?!”

Em junho [FINALMENTE!!], depois de muita especulação e blá blá blá, o disco vazou na internet. A grande maioria do pessoal [que curte a banda...] achou bom, melhor que o anterior, “Lullabies to Paralyze”. Este foi lançado em 2005, e não conta[va] com a simpatia de muitos apreciadores do tal “Robot Rock” feito pelo Sr. Josh Homme [guitarrista, vocalista, fundador e manda-chuva da banda, para os desavisados!!].

Falando no “Lullabies”, o fato do álbum “Era Vulgaris” ser seu sucessor era fator que aumentava as expectativas do público. Primeiro disco após a saída de Oliveri da banda, e com uma sonoridade mais “leve” [segundo Josh, sonoridade essa direcionada “para as garotas”, ao contrário dos outros discos da banda “para os garotos”] – mas tendo uma BELÍSSIMA sonoridade “obscura”!! – L2P, como é conhecido pelos fãs, não tinha muita receptividade, sendo considerado um disco mediano frente aos outros ótimos discos lançados por Josh e SUA banda. A saber: Queens of the Stone Age [1998], Rated R [2000] e Songs for the Deaf [2002] – o MELHOR disco de Rokk do novo milênio!

Parece que em Era Vulgaris, Josh contou com Trent Reznor como “mentor”, já que a sonoridade do Queens – sempre mutante – debandou para os lados dos efeitos eletrônicos-industriais. Chriss Goss reaparece como produtor da banda... Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta [nesses tempos de MP3, deveria ser “satisfação garantida ou música deletada”!!].

Participaram das gravações Troy Van Leeuwen e Joey Castillo, integrantes da banda desde a turnê do Songs for the Deaf [quando lembro que não pude ver essa turnê – por variados motivos – me sinto infeliz], além de Alain Johannes, membro do QotSA desde L2P.

Também estiveram envolvidos os já citados Julian Casablancas [Strokes], Trent Reznor [Nine Inch Nails], mais Mark Lanegan e Billy Gibbons [ZZ Top], todos fazendo participações especiais [eu quero saber O QUE FIZERAM COM A PARTICIPAÇÃO DO GIBBONS, que não entrou no disco?!].

Agora, vamos ao comentário das música do disco [e algumas “bonus tracks” também!!]:

TURNING ON THE SCREW: Um dos riff’s mais fodidões que eu já curti!! “Tã-ram, tã-ram, tã-ram, tã-rã-ram”!! Acompanhamento simples da bateria, versos arrastados... [Não conta pra ninguém, mas, aquele movimento “mão-pra-cima-mão-pra-baixo” que os rappers fazem cabe certinho no ritmo do verso, heheehe!!] Final apoteótico [daqueles que o Josh sabe fazer...]. Entrou pra lista das minhas preferidas da banda.

SICK, SICK, SICK: Mais um riff forte, mas esse não me “emocionou” tanto... A participação do Casablancas é BEM discreta – e legal, na minha opinião –, nem dá chance dos “reclamões” apontarem falhas. É divertida, “urgente”, agitada.
“I’m gonna change...
I don’t wanna change” [Eu adoro esses versos!!]


I’M DESIGNER: Num disco cheio de riff’s, mais uma música com uma guitarrada marcante!! Nesse caso, o riff mais estranho que eu escutei há tempos [pelo menos nas primeiras audições]... Um solo maluco!! Na letra, críticas sarcásticas, como mostra o primeiro verso: “My generation’s for sale” [minha geração está a venda]. Designer é usado como gíria para superficial, não se referindo a designers, web-designer ou adjacências...

INTO THE HOLLOW: Usando termo de Allen Ginsberg [não lembro a que ele se referia quando disse isso...], defino a música assim, simplesmente: “Iluminação Musical”. Linda, linda, linda... Os arranjos vocais, o andamento da bateria, a lap steel... Fora que o backing vocal do Mark Lanegan ficou simplesmente perfeito. Apesar de não aparecer o nome do cara nos créditos da faixa, tenho CERTEZA que o backing vocal é dele. E tenho dito!!

MISFIT LOVE: [Embora eu não entenda patavina de música eletrônica...] Essa música, pra mim, parece ser a mais a coisa mais próxima do eletrônico que o QotSA já fez... Vários efeitos, sobreposições, leves dissonâncias... PUTAQUEOPARIU, que coisa boa!! E ainda tem uma das melhores coisas do mundo pra se cantar:
“Ain’t born to loose, baby
I’m born to win”!!
Pra completar, um final HIPER viajante...

BATTERY ACID: Pra mim, uma das melhores do QotSA!! Essa faixa desperta reações extremas entre quem ouviu: amor ou ódio totais!! O ritmo “nervoso” dela, na minha opinião, é uma das coisas mais legais que uma música pode ter. Uma música que tem esse poder de te deixar INQUIETO e propenso a insanidades não PODE SER RUIM [simples assim]!! Solo maravilhosamente barulhento. Vocal do Josh [se aproveitando dos reverbs] com um timbre adoravelmente estranho.

MAKE IT WIT CHU: Basicamente, “Fuck Music” [se é que me fiz entender com essa expressão, hehehe...]. Baladinha singela, para agradar garotinhas... Blá blá blá. MAS, ALÉM DISSO, é sim uma boa música. Dá pra colocar uma criança pra ninar ao som do refrão [claro, IGNORE o conteúdo da letra!!]: “I wanna make it/ I wanna make it chu” [Eu quero fazer, eu quero fazer “isso” com você]!! Ah, e quase esquecendo, pra completar a faixa, no finzinho ainda aparece um sintetizador [será?! Essa eu chutei, hehe!!] tocando o refrão de Era Vulgaris [a música!]...

3’S & 7’S: Antes de qualquer coisa: COMO o Josh consegue cantar e tocar a base [que tem um ritmo TODO estranho na guitarra!!] dessa música ao mesmo tempo sem se perder??!
“Liiiiiiiiiieeeeeeee, LIIIIIIIEEEEEEEEEE to my face”...
Ela me empolgava muito quando vazou na internet, agora é uma “música legal”...

SUTURE UP YOUR FUTURE:Boa pra viagens espirituais [seja lá o que eu quis dizer com isso!]. Os acordes dão a sensação [ao ouvinte], na MINHA opinião, a estar flutuando ou navegando calmamente. Taranquila. Boa pra apresentar QotSA a quem tem medo de “rock pesado”, hehehe.

RIVER IN THE ROAD: Alguém aí ouviu o Mark Lanegan nessa música [sim, EU SEI que ele canta, mas parece uma participação simbólica, só pra constar nos créditos...]?! Até em “Into the Hollow” da pra notar uma participação mais efetiva do cara... Deixando isso de lado, River in the Road é uma faixa muito boa, por que faz o que se propõe: conta uma história “levemente macabra”, envolvendo o ouvinte numa atmosfera [?!] sombria. Tri afú!
“Run, darling, run...”

RUN, PIG, RUN: COM CERTEZA, uma faixa memorável da banda!! Cantada em falsete pelo titio Josh, é “uma das melhores músicas do Lullabies to Paralyze [que não está lá!]”. Psicodelia, doidera, viajem afú [tudo isso graças a sobreposições, timbres, vozes, coisas que sempre aparecem bem usadas no QotSA!]. Falar sobre as sensações causadas por essa música é dificil. Só tenho a dizer que é algo MUITO bom.

RUNNING JOKE: Começa com um dedilhado [?!] TRI fodidão, leve e melodioso... Final apoteótico, reverberando nos ouvidos!!
"When I was a little boy..."

ERA VULGARIS: A faixa que não está no disco, mas que dá nome a ele. Tem um ritmo “vibrante [??]”, quem sabe até alegre...

Em resumo: Pode não ser o melhor álbum do QotSA [e eu nem quero entrar nessa discussão], mas, com certeza, é o mais “psico-ativo” [acho que inventei uma palavra!!] deles. Se dá pra chegar, através da música, a efeitos que “abram as portas da percepção” como certas “coisas” por aí, esse som está no Era Vulgaris. Não é à toa as cores utilizadas na arte gráfica do disquinho [a saber: rosa, verde, amarelo e preto.]...

Era Vulgaris: Eu uso todo o dia!

Um comentário:

Anônimo disse...

[quando lembro que não pude ver essa turnê – por variados motivos – me sinto infeliz]

Pareceu até meio emo isso aí, hein. Não fosse a resenha do Queens. Mas essa passa... afinal, cabeças pensantes não se enveredam pelo lado obscuro do emo. [eu ia usar "lado negro", mas a galera ia achar que eu tava fazendo piadinha contigo] ahuauhaha.

Eu concordo em grande parte com o senhor sobre as faixas. Talvez a minha discordância da-se pelo fato de que eu não sou um fã tão virtuoso (em um sentido caótico) quanto o senhor.

Mas é isso.
Os textos evoluem quakitativamente (e compridamente) conforme o tempo.

E quando eu crescer eu vou ser igual o senhor, moço jornaleiro!




-É "jornalista", Eraldo
-Ahhhh bom. Foi mal aí ^^'