Comentários Escritos

Essas coisas, logo aí embaixo... Palavras ditadas por um Ghost Writer.

4 de mai. de 2013

A grande lição no Jornalismo foi filosófica


tudo começou - "há um tempo atrás, na ilha do Sol..." Não!! - com uma consideração importante num papo internético: duvidar da "verdade" como algo absoluto foi o que de mais importante/relevante aprendi na faculdade de Jornalismo - e olha qu'aprendi isso lááá no 1º semestre, em 2006.

isso tem a ver com as discussões sobre "verdade jornalística (ou verdade de um fato)" e "imparcialidade". ambas são inatingíveis - a verdade que a gente alcança é, no máximo, uma reunião de representações e interpretações da "Verdade", que tá além dos nossos sentidos/percepções - e, mesmo assim, devemos tê-las como horizonte no trabalho.

nisso, a Verdade - assim, com V maiúsculo - pode ser o Todo, mas também pode ser o mínimo. a questão não é o tamanho do que a gente tenta interpretar, mas sim o fato de que é sempre "a interpretação de algo" e nunca "O algo".

e como vamos além da interpretação das coisas e chegamos às Coisas? taí a pergunta.
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4 de set. de 2012

Quem observa o observador?



*Sobre países com e sem imprensa “livre”

É fato que a imprensa é um dos pilares fundamentais no sistema democrático, uma vez que pode levar luz a temas (até então) obscuros da opinião pública – temos, como exemplo, hoje, a falta de controle sobre os funcionários da Assembleia Legislativa gaúcha revelada em reportagens recentes.

Óbvio, também, que em países onde não há imprensa livre os meios de comunicação provavelmente nunca darão voz àqueles que denunciam crimes e desmandos dos grupos que detém o poder institucional. A imprensa, então, atua como uma grande “assessoria de comunicação” do poder estabelecido, sem contraponto em igual medida e potência.

Mas saindo do senso comum e buscando a reflexão, pensemos: e quando a imprensa “livre” não encontra medidas? Na lógica – capitalista - na qual vivemos, como saber se uma empresa de comunicação não coloca seus interesses (mercadológicos) acima do fator notícia? Por que a imprensa – é só ver a brasileira – não fala de si, agindo como um observador isolado e imparcial? É possível comunicar de forma asséptica, sem fazer escolhas, abdicando do contexto histórico e cultural?

A imprensa “livre” é fundamental, mas talvez necessite refletir mais sobre o papel que desempenha nos dias atuais.
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[Ainda em agosto fui chamado novamente a fazer uma entrevistinha pr'uma vaga numa tradicional empresa de comunicação fundada por descendentes judaicos na Capital da Província. Pela primeira vez pediram um texto dissertativo - não é a primeira ou segunda seleção da qual participo. Mandei essa reflexãozinha singela aí de cima. Tempos que não dissertava, tinha até esquecido como é massa.]
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11 de jun. de 2012

O novo Cascadura é paradigma pro rock nacional ou... só com Aleluia pra preguiça de resenhar largar desse corpo



Ia escrever calcado em informações: letra do disco, data de lançamento online, realizadores. Tentei, hesitei, desisti. Música, pra este que aqui digita, é sensação. E são as minhas pessoalíssimas e subjetivas sensações – além de um ou outro raciocínio cartesiano - com esse disco duplo que virão, entonces. (Ah, bom avisar: curto INVENTAR contrações, grafar palavras em CAIXA ALTA inadvertidamente e não curto muito o último acordo ortográfico.)

Isso posto, vamos lá.

Acompanho o Cascadura há alguns anos. Lembro d'algo de divulgação na época em que lançaram o Bogary, em 2006, pela OUTRACOISA, extinta revista do Lobão – que lançou, entre outras pérolas, o “As Próximas Horas Serão Muito Boas”, último disco da Cachorro Grande que me dá alguma coceirinha, mas enfim, isso é outro papo, já.

Mais relevante que isso, creio, foram as constante veiculações – até hoje? Alguém confirma? - de “Jóia da Princesa”, do álbum “Vivendo em Grande Estilo”, na Unisinos FM, aquela rádio que, sabem alguns, foi como uma religião, pra mim, até 2007, 2008 talvez e que, desde'ntão, só me decepciona - “mas enfim, isso é outro papo, já”(2).

É do “Vivendo...”, também, uma das músicas que considero entre as mais FODAS qu'eu conheço em (rock escrito em) português: “Queda Livre.” Mas sobre essa nem vou entrar em questão, senão me perco e a coisa vai enveredar pr'outro lado. Só digo isso: PROCUREM, ouçam, percebam.

Agora, falando propriamente sobre o “Aleluia”...

Há mais de um ano (talvez dois?) ouço falar sobre o novo disco do Cascadura. Em 2009, quando soltaram “Rosemary (a Carne é Fraca)” deu pra matar um pouco da curiosidade sobre algo novo, apesar de ser uma faixa BEM diferente do que viria. Sabia que o conceito do álbum tinha Salvador como centro, que teria participações especiais, etc. Mas sei lá, não esperava TANTO.

Aleluia tem a medida da ambição que as boas coisas devem ter para alcançar seus objetivos. E o que me deixa mais feliz é ver um disco DE ROCK tendo essa vontade de dialogar com tanta coisa diferente. Sempre que penso no rock nacional em comparação ao gringo fico um tanto desapontado justamente por isso: lá fora (cert)os caras querem (ou os grandes ícones, no passado, queriam) falar a todos os públicos. Desejavam ultrapassar os “guetos culturais”, criar (ou pelo menos tentar) algo novo.

Essa pretensão artística da qual sinto falta de forma geral aqui (na terra brasilis) está presente no álbum recém-lançado do Cascadura: mistura a tradição (brasileira, baiana) com guitarra sem apelar pra clichê, e ainda dialoga com estilos contemporâneos de outras terras, tentando apontar algo NOVO. Alcançar esse “novo” é consequência – e eu acho que o Fábio Cascadura e o Thiago (meu xará!) Trad & amigos conseguiram. Simplesmente tentar já é digno de aplauso.


Considerações música a música

Aleluia – abrindo o álbum com metais “emprestados” do Móveis Coloniais de Acaju, uma música qu'eu considero tocante, misturando uma dose de sensibilidade com a “energia” que lhe dá uma animação positiva. Quando me dei conta da letra vi toda a dimensão que esse tema tão pouco explorado - a saber: a vida amorosa de um deficiente visual - tinha de carga emocional. E que refrão GANCHUDO, daqueles que dá vontade de encher o peito de ar e canta junto!

O Rei do Olhar – li sobre a baritone guitar usada nessa faixa e já SALIVEI por tocar em uma, hehehe! Primeiramente não tinha percebido diferença de timbre, mas hoje já ouço (principalmente nos primeiros acordes) o som característico, mais grave, dessa seis cordas específica. Mais uma daquelas letra do Fábio que não são fáceis de decorar (pra cantar junto) mas são um achado pra quem tem a atenção de ouvir. E que “RIFF” de bateria nos versos, heinhô?! Rockão dos bons.

Lá Ele! - aqui começa a se mostrar as (benditas) garras. Aparece a primeira percussão religioso-afro-brasileira (invento termos, OK!) misturada a uma letra “indireta”. Canção marcada pelo contrabaixo, segundo lembro d'um post no blog A Ponte (ou seria na página da banda no Facebook?), Fábio explica fazer referência a história (GENÉRICA) de um usuário de crack. Coisas de Salvador e do mundo.

A Mulher de Roxo – aqui a primeira participação “famosa”: Pitty divide os vocais com Fábio Cascadura. Me impressiona o “ataque” dos versos. Vê-se que são racionalmente ligados foneticamente, mas parecem jogados por rimadores a esmo, pela velocidade. O refrão sem clímax - daqueles em que tu espera um esporro nos pratos da bateria e fica com aquela ânsia até ver a volta ao verso – mostra que as obviedades não são uma opção recorrente, aqui. “Com olhos de quem vê o final/ Nos deu sua mercê.”

Simples como a Vida - “Futuro é/ A palavra-chave...” Com esses BAITA versos começa uma balada de derreter gelo e fazer querer cantar junto (sabe quando tu tem vontade de cantar a música INDEPENDENTEMENTE da letra, só pela melodia? É isso...). Guitarra (com um belo efeito do qual não sei o nome) pontuando os versos, certeira. Sinto nessa e em outras músicas um eco de Radiohead – talvez loucura d'um fã dos ingleses, talvez simplesmente influências comuns. Mais um refrão pujante, vocalizações. E o pianinho, só pra deixar a coisa (ainda mais) CLASSUDA.

Soteropolitana – Como o próprio Fábio cita no blog, essa é de influência stoneana até a última gota – mas claro, sob novos filtros. Considerações sobre Salvador, sobre a terra natal (do autor, no caso), o porto ligado ao além-mar com pitadas de citações pop/históricas. E quando tu pensa que acabou e tu já ouviu tudo vem o final te lembrando que, oras, estamos falando de uma terra de carnaval.

Os Reis Católicos – livremente inspirada na história, tem-se uma letra bonita que retrata, envolta por uma balada levíssima, o “descobrimento” da América. Um instrumento de sopro que dá o toque medieval(?) e leva a mente aos cenários dos livros de história do colégio. “Ponhamos tudo na conta de Deus/ que dele somos servos/ Ele apenas É.”

Uma Lenda de Fogo – um rock simples, bateria marcante e mais percussão afro. A prova de que é possível fazer algo com ritmo marcante, alegre, misturando guitarradas e sem cair nas letras monossilábicas!

Resumindo – TECLADERA logo de início lembrando soul/blues/gospel. Batera que entra pouco antes do refrão demarcando bem seu lugar. E um refrão contagiante, daqueles de cantar batendo palminhas (a la Stevie Wonder, hehehe). “Resumindo/ Vai seguindo...”

Chorosa – Balada-de-piano que muita banda de pop-rock daria UM BRAÇO pra fazer. Aqui, nada muito arrojado, uma folga pro ouvinte acalmar os ouvidos e acompanhar a letra num álbum que, enfim, está só na metade.

Colombo – Riff simplíssimo, mas acompanhado de forma CERTEIRA pela percussão(?!) e pela RABECA (uma espécie de violino?)! Essa, a primeira música do Aleluia a ser divulgada, me deixou numa curiosidade dos diabos. Nela notei pela primeira vez a “levada radioheadiana” - a condução da bateria, a partir de sua entrada, me lembra MUITO o que faz o Phil Selway no Radiohead, além, é claro, da guitarra “etérea”, com seus efeitos. A letra me soa como a oração de um náufrago que, vindo ao Novo Mundo, vê seu navio definhar em alto mar em plena madrugada e, na manhã seguinte, acorda desavisado na praia.

Agora, qualquer sensação fajuta nos faz chorar de emoção.”

Entremos no disco dois – uma vez que falamos de um álbum DUPLO.

O Delator – Uma das minhas letras preferidas – não vou destacar nenhum verso pois teria que fazê-lo com a letra TODA! -, seja pela entonação, pelas soluções de rima, pela figuras que traz a mente. Riff que remete a minha banda predileta (o QotSA*) e sua conhecida “Little Sister”. Rock simples (com MAIS UM refrão irresistivelmente cantável do disco) mas certeiro.

Cabeça-de-Nêgo – Refrão pesado tanto nas vozes quanto na condução percussiva. Verso mantendo uma “tensão” que prende quem ouve – também pesado como o refrão, apesar de menos estridente. E quando menos se espera aparece – rapidamente – uma percussão pra quebrar o óbvio. Final seco.

Dava pra Ver – A mais psicodélica de todas, seja pelo instrumental, seja pelos versos. O Ronei Jorge, cara que divide os vocais com o Fábio Cascadura, tem o sotaque mais “derretido” qu'eu já ouvi – SEJA LÁ o que for qu'eu quis dizer com isso, hahaha! Mais uma batera de levada radioheadiana na ponte da música. Uma das minhas preferidas, certamente. “Dava pra ver/ dava pra ver...”

A Verdadeira – Sei lá, ouvindo os primeiros 10 segundos – com todos aqueles sopros floreando a melodia - acho que não tem muito o que falar sobre, hehehe. O interessante é que esses sopros criam uma espécie de fio condutor durante o som, e me trazem a mente, nitidamente, a imagem de um equilibrista, movimentando-se ao soar de cada um deles para manter-se na corda. E a mudança de andamento quando entra a bateria. Nada muito racional, enfim.

To your Head – Como (alguns) sabem, sou meia-boca no inglês – pra não dizer pior que isso. Logo, sem considerações sobre a letra. Aqui o que se sobressai é, mais uma vez, a mistura que há DÉCADAS cai de maduro na música brasileira e que só agora, com o Cascadura, é feita: a batida dos tambores (notadamente das canções religiosas) afro-brasileiras com a guitarra e orquestrações(?). Mas o melhor exemplo disso vem a seguir...

O Cordeiro - “Ninguém me convidou/ eu vim aqui ver...” Percussão forte, marcante e, talvez surpreedentemente (pr'alguns) PESADA. Guitarra entrando a la Led Zeppelin, bateria minimalista, marcando o ritmo e deixando a percussão mais aguda “solar”. Letra focando peculiaridades do carnaval “popular” de Salvador. Final etéreo, espacial.

Sonho de Garoto – Sinceramente acho a faixa mais fraca do disco (apesar de trazer referências que me tocam em situações pessoais) mas, ainda assim, uma bonita canção. Participação famosa do Beto Bruno, da Cachorro Grande. A citação ao Lobão – aquele cara de ótimas entrevistas e shows masomenos – é bem legal, faz cantar automaticamente. “Eu correndo/ ela quis voar/ eu um chumbo/ ela um sopro no ar.”

Nunca Imaginei – “Nunca imaginei/ ir um dia e não voltar.” SINCERAMENTE, a música que menos ouvi do disco. No entanto, bom ressaltar, mais uma balada daquelas que a banda sabe fazer desde sempre. Bonita, daquelas pra sair assoviando poraê... E belas, também, são as vocalizações – coisa pouco trabalhada por esses pagos, infelizmente.

O Tempo Pode Virar – Se em “Colombo” o incauto colonizador reza pela própria alma e pela ansiedade do desconhecido, aqui o tom é de positividade com o que vem a ser. Seja na levada empolgante – conduzida principalmente por uma simples linha de contrabaixo – ou na letra desavergonhadamente otimista. Vontade de sair cantando a plenos pulmões. Primeira que me fez pegar o violão pra tentar deCIFRÁ-la (percebam o jogo de palavras). “Mas já que chegamos aqui/ resta-nos caminhar/ pra onde? Eu não sei não.”

Um Engolindo o Outro - “De alguns cortaram asas/ de mim (...)” Blues torto com o peso de uma marcha. Sem mais.

Cantem: Aleluia! - Despedidas que se prezem tem violões e trens, e a última canção do Aleluia faz jus a essa máxima inventada agora por esse escriba qu'aqui digita. Música que chama por “não-lugares”: estações, portos, terminais. Mais vocalizações trabalhadas e referências ao soul. “Cantem Aleluia!/ é mais que areia é mais que sal/ é água viva, quem a beber se liga em tudo.”

Essas são só considerações soltas com intuito de gerar curiosidade pela música. Corram atrás.

E por último, mas (acho que) não menos significativo: eu não tenho o costume de comprar discos em formato físico HÁ TEMPOS, mas esse eu faço questão – e, dependendo do preço, compro mais de um, como fiz com o Gotham Beggars Syndicate, da Damn Laser Vampires, hehehe!

*Quanto ao QotSA (ou Queens of the Stone Age) outra comparação: seja dividindo vocais ou na execução instrumental, o Aleluia tem MUITAS participações de outros músicos. Isso, claro, enriquece o produto final e me lembra o que o Josh Homme faz(ia) nos discos da(s) sua(s) banda(s), levando pra estúdio caras como Mark Lanegan, Billy Gibbons, Dave Grohl, Jack Black, Alain Johannes, PJ Harvey...
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18 de jul. de 2011

Candy Candy Blues

desculpa garota
se sou tão complicado
tão atrapalhado
atrasando tua vida
ao fazer sombra ao teu lado

mas é que toda a manhã
eu acordo e luto
contra a cristã moral
da minha cruz a pesar

e se ela me faz
tão altruísta e legal
também não deixa mostrar
nada além da Razão


e se você pensa que
estou aqui
a me divertir

você se enganou
montar todo esse circo
exige alguma atenção

e se você pensa que
realmente
eu não me importo

você se enganou
algum momento/movimento
você perdeu o refrão
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O texto é de junho, mas ainda dialoga muito com a realidade. A postagem é pra marcar minha ENÉSIMA tentativa de "escrever" em versos - pra colocar melodia e tals... Música. Tou tentando abandonar essa 'Estética da Bundamolice' mas, porenquanto, "es lo que hay (Pablo!)". Mark Lanegan (e Tom Waits) faz(em) isso com MUITO mais propriedade...

Mudando a abordagem - tentando , a partir de agora tou tentando voltar a temática do dia-a-dia e suas desigualdades sociais que eu expressava lááá no passado, nos escritos punks perdidos nas caixas de papelão do quarto, no notebook furtado por sei-lá-quem EM HORÁRIO DE TRABALHO e não reembolsado por empregador(es) filho(s)-da-puta. Contudo, hoje, a sutileza e o detalhe é que dão o tom, ao invés do grito panfletário.

Vamovê no que dá (e SE dá em algo)...
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31 de mai. de 2011

Pinguim

O pinguim da geladeira balança e a porta está entreaberta. Um engradado de latinhas (daquelas que não são as preferidas, mas fazem o mesmo efeito destas após alguns goles gelados). "Esperava te reencontrar, mas não esperava que fosse assim", ele considerou, ofegante.

Ela não o encarava - ambos olhavam na mesma direção, apesar das posições diferentes. Seguia com as mãos apoiadas, mas já sem a cerveja na mão. "Não tá gostando?", ela rebateu. Suspiros. As coisas nunca tinham chegado a esse ponto por receio dele - ter quase nada é melhor do que arriscar perder o pouco que se pode manter. Charme dela, que não faria o papel ativo d'uma relação uma vez mais - quebrar a cara sucessivas vezes diminui a sensibilidade, enfim.

Ele tenta não se entregar ao troféu da astúcia, não pecar pela afobação. Perder o controle seria perder a oportunidade. Ela se inclina um pouco mais, joga as mãos para trás - como se estivesse a procurar algo. Eles se aproximam (ainda) mais. Ele reclama o beliscão, mas elogia a nuca descerrada a sua frente - morderia se não lhe parecesse demasiado incisivo, brutal. Língua, saliva e lábios acabaram por saciar, afinal, o anseio oral.

Ela regozija-se, aumenta o ritmo da dança - pés quase (quase!) imóveis, todos os passos se dão acima dos joelhos. Algumas palavras soltas. Indizíveis, ininteligíveis. Onomatopéias(?). "Vamos continuar isso no quarto, hein?", ela sugere. Ele nunca lhe diria não. Talvez, por um viés tradicional-Século-XVIII, ela fosse o "Homem" da situação.
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3 de mai. de 2011

Não Poesia



Poesia é poesia
Porque eu digo que é poesia
Porque alguém afirma que é
Poesia

Poesia pode ser rima, pode ser trama
Pode ser foto
Pode ser nada

Poesia é invenção da cabeça
E só na cabeça funciona

Poesia pode ser rica, pode ser pobre
Pode ser tudo, pode ser nada
Até um amontoado
De afirmações desencontradas
Relativismo desconcertante!
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(Essa eu escrevi na Feira do Livro do ano passado - 2010 - como mostra o REGISTRO fotográfico. Ia inscrever para o "Poemas no Ônibus", doidêra... Bateu preguiça de imprimir TROCENTAS vias, colocar num envelope e entregá-la.)
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