Essas coisas, logo aí embaixo... Palavras ditadas por um Ghost Writer.

17 de jul. de 2009

SO NICE to meet you, Mr. Jazz

Eu já procurava esse encontro há algum tempo, já, mas ele só foi possível no começo dessa semana. Essa demora, como muitas outras coisas, foi causada pela minha preguiça, além de um comodismo gigante. Mas o que importa é que aconteceu, finalmente baixei um disco clássico de JAZZ. Nessa estréia (com é!) o disco não poderia ser outro: Kind of Blue, do Miles Davis. Desde as comemorações do cinquentenário (sim, eu SEI falar difícil, hehehe!) do álbum o meu interesse por ele vinha aumentando.

E é impressionante a mescla PERFEITA das faixas do "Kind" com o climão dessa semana. A garoa observada ao som das levadas de piano. A bateria fazendo a "cama" para os instrumentistas improvisarem, enquanto Gravataí vai se desenrolando lá fora, na janela do ônibus.

Falando em Gravataí... Provavelmente quem me conhece sabe o quanto eu tenho afeição pela cidade, o quanto me sinto em casa (coisa de bicho-do-mato, hahaha!), apesar de não me "ver" vivendo aqui a vida toda! Considero a cidade "a melhor das moradas possíveis", de acordo com minhas possibilidades atuais. Perto o suficiente da Capital da Província, longe o necessário nos momentos convenientes.

Mas ESTES últimos dias têm sido especiais, essa combinação de chuva, umidade, tempo nublado, e frio trazem um "clima" especial às ruas da cidade. Um baita contraste com os dias sufocantes de verão. Pra um cara como eu, que se define como um "observador", então, esse tal clima é um prato cheio, totalmente convidativo a flanar "poraí".

Ainda mais ouvindo um JAZZ. Deus do céu, como isso é afudê. O sax tinindo nos (pra mim!) bucólicos inícios de tarde no centro da cidade, com (novos-)jovens indo e vindo das escolas, pessoas indo-e-vindo do trabalho, e eu ali, parado-na-parada, esperando o ônibus da degola enquanto celebridades que me conhecem pelo nome passam em carros cinzas sem olhar para os lados.


Basicamente o som aflora (ou deflora?!) a percepção para os detalhes da rua, a vida (alheia) desfilando despretensiosamente(?) em frente à tua FUÇA.

"Freedie Freeloader", A música, O ritmo. Todas as músicas (do Kind of Blue) com levadas "contemplativas", observadoras, sem nunca deixar de serem brilhantes, vívidas. A única que destoa, lindamente, desse paradigma é "BLUE In Green" (CAIXA ALTA em "blue" por minha conta!). O ritmo é quase idêntico às outras faixas - a bateria pouco se modifica ao longo do álbum. Mas a melodia, AHHH, a melodia. Ela é de uma certa tristeza linda, sutil. Mas íntegra, sem se integrar ao chororô lugar-comum que infesta alto-falantes nos quatro cantos do mundo, ultimamente.

Tenho escutado muita música instrumental (#Hurtmold #MacacoBong #PataDeElefante). Parece que esse gênero vai aumentar na minha "coleção". E as viagens pela Região Metropolitana não serão mais as mesmas!

(Lembrei disso tudo e "organizei" esse post mentalmente enquanto ouvia, mais uma vez, o Kind of Blue. Voltando da capital da Província. Noite, faróis, Rubem Fonseca (#OFescenino) & garoa de inverno num terminal qualquer de uma Farrapos bastante humana. Como eu GOSTO do bafo do inverno - essa "fumaça" que só sai da boca das pessoas no inverno.)
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Obs.: Postagem sem hiperlinks (escrever na madruga cansa!). Se possível faço update no decorrer da sexta;
Obs 2.: NADA A VER com o tema em questão. Mas a ceva SEMPRE salva. Veja NESSE LINK.

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Agora sim, tchau.
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Um comentário:

Lisiane de Assis disse...

Bah, é tri quando o clima e o ambiente combinam com a música que tu tá ouvindo e vice-versa. Quando isso acontece, imagino com se fosse o clipe.

Bela descrição do clima e das músicas!