Essas coisas, logo aí embaixo... Palavras ditadas por um Ghost Writer.

7 de nov. de 2008

A Musa e o Despretensioso Perseguidor [parte 3 de 3]

... Ultrapasso alguns transeuntes [ótima palavra. Sempre pega algum desavisado de sobressalto. “Como se lê, professora? tran-ze-ún-tes ou tran-seun-tes...”]. Adoro brincar disso em meio a multidão, desviando, como uma nave espacial tentando sair de uma tempestade de meteoros... Uma dança de culto ao caos, em meio à desordem do povo, desviando dos caminhos gananciosos por espaço na calçada, na rua, por tudo. Direita, esquerda, mais pra esquerda, puxa a mochila pra não bater em ninguém, gira o corpo, sempre andando.

Sem parar.

Nesse ritmo, chego perto Dela, em alguns passos. Mãos segurando as alças da mochila. Crianças andam dessa forma, se bem me lembro. Andando apressado e, já que Ela está logo a frente mesmo, observando a moça bonita. Mas claro, como estagiário atrasado, não tenho o tempo todo pra contemplar a beleza feminina pelas ruas...

E já que não era muito ligeira nos seus passos, sim, eu a ultrapassaria, pra seguir meu caminho. Eis que ela percebe um sujeito andando rapidamente, vindo pelo seu lado esquerdo. Lado da bolsa, que é apertada junto ao corpo, debaixo do braço. Ela olha pra trás e apressa o passo.

Tomou um susto.

Pois é, não tenho o rostinho do Gianechinni, nem do galã-loiro-da-vez da Novela das Oito [que começas às Nove!], muito menos desses outros atores de sorriso exemplar e cabelinho meticulosamente [des]ajeitado. Tô mais pra jardineiro [ou motorista] de novela, ou favelado de matéria de telejornal, sobre criminalidade. Afinal, pretinho como Eu só aparece desse jeito, a não ser o Lázaro Ramos, mas aí a história é outra. E o tempo, curto demais pras [repentinas] políticas de compensação histórica das emissoras de TeVê.

E é por isso que agradeço diariamente por morar neste belo pedaço de continente chamado “Brazil”. Um lugar que não é assolado por terremotos, maremotos, vulcões ou outras catástrofes naturais titânicas....

Um lugar marcado pela mistura de etnias, credos, pensamentos e culturas e que, mesmo assim, vive em paz, ao contrário do Oriente Médio, por exemplo, só pra citar um clichê[-chicletudo].

Um lugar onde todas as pessoas são simples, sinceras, generosas, humildes e mais uma infinidade de adjetivos positivos... Por fim, um recanto onde não existe preconceito entre as pessoas, de forma alguma...

Mas será mesmo?!
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OBS.: É bom avisar que, em tempos de Barack Obama eleito "presidente do mundo", eu já tenho essa histórinha escrita há mais de seis meses. Tinha outra observação [provavelmente alguma idéia de uma mente melancólica e descrente, fazer o quê...], mas esqueci. Pena [ou sorte, vá saber!].
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Um comentário:

Andressa Xavier disse...

Adorei, Thiagão!
Ficou MARA! hehehe